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Ovarina

Ovarina

A Ovarina (a primeira criação de uma coleção que eu espero alargar a muitas outras regiões portuguesas) surge para homenagear a terra que me acolheu,  há 17 anos atrás, Ovar. 

A costura e os bordados sempre estiveram muito presentes no quotidiano das mulheres de Ovar. Há umas décadas atrás, era quase tradição, em Ovar, as meninas oriundas de famílias pouco abastadas, feita a instrução primária, irem aprender a costura. É preciso dizer que, nessa época, só as meninas de maiores possibilidades financeiras continuavam a estudar, pois o ensino secundário, quase só ministrado em colégios particulares, ficava fora do alcance da maioria das bolsas. Ainda hoje, existem mestras que ensinam nas suas residências.

A Ovarina tem duas vestes, a da varina, com a camisa florida, saia, avental e socas, representando o trabalho diário, mas chegado o Carnaval, muito importante para os vareiros, veste o seu Dominó para se divertir na noite mágica véspera do dia de Carnaval. 

O dominó é uma túnica preta até aos pés, que surgiu na época medieval, de caráter religioso, e importado da comédia italiana, onde não há diferenciação da classe social.

Todos os foliões personalizam o seu dominó, e colocam uma máscara de forma a não serem reconhecidos.

O Dominó da Ovarina tem representado alguns dos valores da terra, como o pão de ló, o azulejo, as jóias que as varinas ostentavam, a pesca e um extrato do hino de Ovar, que expressa a força e a luta dos vareiros, ora emigrando, ora migrando para Lisboa à procura de melhores condições de vida, e de todos os forasteiros, que visitavam e acabavam por fazer de Ovar o refúgio e inspiração para as suas obras. 

A expressão do rosto – os olhos fechados – simboliza o povo sonhador e lutador pelas suas aspirações. O coração, na boca, porque dizem tudo o que lhes vai na alma e apregoam de forma doce e caricata.

O penteado em forma de rodilha para segurar a canastra.

 

Troféu do Concurso "Doce Concelho de Ovar 2016" da Confraria Gastronómica de Ovar

 

 


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